O termo “casamento”, quando aplicado às uniões entre homossexuais, é rejeitado de forma unânime, no interior da Igreja Católica. Vilas Boas e Sá mostra-se contra o uso do termo neste contexto. “ Concordo perfeitamente com a Ferreira Leite quando diz ‘retirem-lhe, ao menos, o nome casamento’ ",confessa o sacerdote. Também o padre António Carlos se mostra adverso ao uso dessa designação: “Não é correcto falar em casamento entre duas pessoas do mesmo sexo." Mesmo para o padre Salvador Cabral a terminologia "casamento" só faz sentido "entre seres diferentes" . O pároco considera ainda que, se pretendem o uso do termo para homossexuais, terá de se mudar não só o código civil, mas também o canónico. Apesar de tudo, Salvador Cabral não se opõe à bênção entre casais do mesmo sexo: "Se abençoam carros e casas por que não abençoar também uma pessoa?"
O uso de outra palavra para substituir o casamento entre homossexuais remete, segundo António Serzedelo, para "o contubérnio na época dos escravos"."Porque as palavras também discriminam", refere. o fundador da Opus Gay. O fundador do site PortugalGay.PT também concorda com o uso do termo casamento para uniões homossexuais: "Não estamos a falar de matrimónio, que é uma coisa que tem a ver com um sacramento da igreja. Casamento civil tem a ver com estado e o estado é laico”, afirma João Paulo. O activista portuense considera que “a única coisa que tem de mudar é deixar de se dizer que o casamento é celebrado entre um homem e uma mulher para se dizer que é celebrado entre duas pessoas adultas, idóneas…”. Para António Serzedelo "a união de facto não é o casamento. Há pessoas que querem estar em união de facto e há outras que querem estar em casamento. São duas liberdades diferentes”. A possibilidade da legalização dos casamentos homossexuais, não é aceite pela comunidade católica, no entando, o padre José Vilas Boas refere que a Igreja nesse caso "terá que se adaptar, sem fugir à sua linha."
