O papel da pessoa homossexual na Igreja Católica


Apesar da reunião da CEP, em Fevereiro, evocar na nota pastoral que a Igreja Católica rejeita "todas as formas de discriminação ou marginalização das pessoas homossexuais, dispondo-se mesmo a acolhê las e a ajudá-las" , um homossexual no seio da comunidade católica não tem os mesmos direitos que um fiel comum. Ler nas homilias, comungar e ser catequista, São exemplos de actividades interditas a um homossexual católico, à semelhança de um "recasado", explica o padre José Vilas Boas e Sá. O pároco da Arquidiocese de Braga argumenta que não é apropriado o exercício de uma função religiosa, como o da catequese, por um homossexual porque “se vai falar às crianças sobre o matrimónio, que deve ser para toda a vida, e se a pessoa não tem atrás de si um testemunho credível, o seu processo de evangelização já vai ‘ manco’ ”. José Vilas Boas adverte ainda para o facto de os próprios paroquianos não estarem preparados para isso: “Eu se puser um catequista homossexual à frente de um grupo de catequese, tenho a paróquia quase toda contra mim.”

Já o padre Salvador Cabral diz não afastar ninguém da sua função por ser homossexual. Apesar de afirmar nunca ter tido contacto com um caso desses na paróquia, o pároco de Nine, em Vila Nova de Famalicão, refere que não teria dificuldades em manter um homossexual como catequista.O pároco afirma que aceitaria esse facto desde que “ ele desse um bom serviço de catequese e que não desse escândalo; que tivesse um relacionamento normal com as crianças, jovens e adolescentes”.O problema, para o pároco de Nine, não reside na sua orientação sexual, mas na coerência com os valores religiosos: "Também há na paróquia casais heterossexuais infiéis, o que não vai ao encontro dos ditames da igreja."

Casamentos homossexuais | Universidade do Minho | Instituto de Ciências Socias | Ciências da Comunicação | Braga, 2009